Áreas de pesquisa

Culturas e práticas torcedoras

As culturas torcedoras brasileiras têm passado por diversas transformações ao longo das últimas décadas, com destaque para as mudanças vivenciadas nos últimos 20 anos. Temos estudado, por exemplo, tanto as novas configurações de grupos de torcedores e torcedoras, como os coletivos de mulheres, quanto a emergência de novas lideranças torcedoras nas comunidades online dedicadas aos clubes de futebol brasileiros. Também temos pesquisado os produtos de mídia feitos por torcedores e torcedoras, tentando compreender como esses sujeitos têm se apropriado de novas tecnologias. É de nosso interesse compreender as implicações de novos agrupamentos e novas práticas para a conformação do que temos chamado de ecossistema das torcidas no Brasil.

Protestos e ativismo no esporte

Historicamente, vemos no futebol, por exemplo, a emergência de grupos com caráter mais militante de torcedores pelo menos desde a década de 1960. Mais recentemente, essas ações se proliferaram como resultado do que Giulianotti (2002) chama de hipercomodificação do futebol. Temos estudado diversas formas de ativismo e campanhas cívicas de torcedores brasileiros, como o #ForaRicardoTeixeira, a campanha O Maraca é Nosso e os Movimentos Contra o Futebol Moderno. Também estamos investigando ações coletivas de mulheres torcedoras como a conformação do Movimento Mulheres de Arquibancada e ativismo envolvendo atletas, como o caso recente de Colin Kaepernick.

Esporte, gênero e comunicação

Assim como os estudos de gênero têm vivenciado um crescimento exponencial não só em função do maior interesse acadêmico pelo assunto mas também em termos de centralidade da questão de gênero para a compreensão de diversos fenômenos sociais, políticos e culturais, no esporte também temos percebido a importância de perspectivas de gênero para a compreensão de formas de opressão e desigualdade no que tange à participação de mulheres em modalidades esportivas, em culturas torcedoras, como profissionais da gestão esportiva e da comunicação esportiva. Entre os diversos objetos que temos estudado estão projetos de mídia de torcedoras, representações de mulheres comentaristas de futebol e coletivos de torcedoras como o Toda Poderosa Corinthiana.

Economia política esportiva

Os estudos de economia política esportiva buscam compreender os fatores estruturais conformando os diversos setores esportivos. Um dos pontos de grande interesse do grupo é compreender o papel dos meios de comunicação, com destaque para a televisão, nas mudanças vivenciadas na economia política de diferentes modalidades nos últimos anos. Alguns dos elementos que temos estudado são: a) as mudanças nas regras dos campeonatos; b) na legislação; c) na arquitetura, atmosfera e administração de estádios; e d) na distribuição das receitas. Entre os conceitos acionados, estão os de comodificação, neoliberalização e midiatização. 

Esporte e formações da Comunicação

O jornalismo esportivo não goza de uma grande reputação, sendo frequentemente chamado de o “departamento de brincadeira da mídia” (no original, the toy department of the news media) (Rowe, 2007). Várias críticas têm sido feitas ao jornalismo esportivo como, por exemplo, o fracasso em se engajar sistematicamente e criticamente nos papéis de “vigilância” e de investigação que são cruciais para a profissão (Boyle, 2006; Rowe, 2005, 2007). Pesquisas como o The International Sports Press Survey demonstram vários problemas como a falta de fontes, a falta de diversidade temática, falta de diversidade de gênero e de modalidades. No que tange à comunicação organizacional, as pesquisas são quase inexistentes, sobretudo no Brasil. O grupo tem se engajado na discussão e análise desses objetos e na proposição prática de novas linguagens, estratégias e formatos para o jornalismo esportivo e a comunicação organizacional esportiva.

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